quarta-feira, 28 de março de 2012

VISITA DO PAPA EM CUBA


 
Memória Histórica especial Cuba: João Paulo II na Praça da Revolução - 28/03/2012 - 09:42


Havana, 25 de janeiro de 1998. Era um domingo na capital cubana. João Paulo II entraria para a história por ser o primeiro Papa a visitar a Ilha.

Hoje o Quadro Memória Histórica nos leva à Praça da Revolução!

“Com grande alegria presido à Santa Missa na Praça José Martí, no domingo, dia do Senhor, que deve ser dedicado ao descanso, à oração e à convivência familiar. A Palavra de Deus convoca-nos para crescermos na fé e celebrarmos a presença do Ressuscitado no meio de nós, que fomos batizados no mesmo Espírito, a fim de formarmos um só corpo (1 Cor 12, 13), o Corpo místico de Cristo que é a Igreja. Jesus Cristo une todos os batizados. D'Ele flui o amor fraterno tanto entre os católicos cubanos como entre os que vivem em qualquer outra parte, porque são corpo de Cristo e cada um é seu membro (1 Cor 12, 27). A Igreja em Cuba, pois, não está sozinha nem isolada, mas faz parte da Igreja espalhada pelo mundo inteiro.

Em sua homília, João Paulo II também tocou em pontos importantes da realidade sócio-econômica de Cuba.

“Os sistemas ideológicos e econômicos, que se sucederam nos dois últimos séculos, com frequência potencializaram o confronto como método, já que continham nos seus programas os germes da oposição e da desunião. Isto condicionou profundamente a sua concepção do homem e as suas relações com os outros. Alguns desses sistemas pretenderam também reduzir a religião à esfera meramente individual, despojando-a de toda a influência ou relevância social.

Por outro lado, ressurge em vários lugares uma forma de neoliberalismo capitalista que subordina a pessoa humana e condiciona o desenvolvimento dos povos às forças cegas do mercado, impondo um agravante, a partir dos seus centros de poder, aos povos menos favorecidos com ônus insuportáveis. Assim, por vezes, impõem-se às nações, como condições para receber novas ajudas, programas econômicos insustentáveis. Deste modo, assiste-se no concerto das nações ao enriquecimento exagerado de poucos à custa do empobrecimento crescente de muitos, de forma que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

João Paulo II, depois de ter sido longamente aplaudido, acrescentou:

“Não sou contrário aos aplausos porque, quando vocês aplaudem, o Papa pode descansar um pouco”.

Respondendo à invocação feita pela multidão - o Papa vive e quer-nos todos livres - , disse:

“Sim, vive com aquela liberdade para a qual Cristo nos libertou”.

E falou a frase que foi mais difundida pela imprensa de sua viagem à Cuba, no longínquo ano de 1998.

Como vocês sabem, Cuba tem uma alma cristã e isso levou-a a ter uma vocação universal. Chamada a vencer o isolamento, deve abrir-se ao mundo e o mundo deve aproximar-se de Cuba, do seu povo, dos seus filhos que, sem dúvida, são a sua maior riqueza. Esta é a hora de empreender os novos caminhos que exigem os tempos de renovação que vivemos, ao aproximar-se o Terceiro Milênio da era cristã!

E, de improviso, finalizou sua histórica homília.

“Este vento de hoje é muito significativo, porque o vento é símbolo do Espírito Santo. Spiritus spirat ubi vult, Spiritus vult spirare in Cuba. Digo as últimas palavras em latim, porque Cuba também pertence à tradição latina. A América Latina, Cuba latina, língua latina! Spiritus spirat ubi vult et vult Cubam. Até à próxima!”

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