segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O que é o Advento?

O Advento vem da palavra latina "adventus" (que significa "vinda" ou "visita") e designa o tempo litúrgico de espera pela chegada de Jesus no Natal. A Encarnação, mistério de Cristo que se faz Homem, é o eixo central da nossa fé: ela transformou a história da salvação para sempre e, portanto, merece o tempo de preparação que a precede. O Advento, no entanto, não é somente uma época de expectativa diante do Natal: também é uma lembrança de que Cristo nos prometeu que voltará mais uma vez no final dos tempos. A Igreja nos convida viver o Advento orando, recebendo os sacramentos e realizando atos piedosos, para tornar Jesus presente em nossas vidas.


  1. O Advento, época que dá início ao ano litúrgico, é o período compreendido entre o 4º domingo antes do Natal e a noite de Natal. Suas cores litúrgicas são o roxo e o rosa.
    No calendário litúrgico da Igreja Católica, o primeiro dia do ano não é 1º de janeiro, e sim o 1º domingo do Advento. O Advento é o primeiro tempo litúrgico do ano, que começa quatro domingos antes do Natal e termina na noite do dia 24 de dezembro. Segundo o dia da semana em que cai o Natal, o tempo do Advento pode ser ligeiramente modificado.
    O roxo e o rosa são as duas cores litúrgicas designadas para representar o tempo do Advento. Aparecem nas vestimentas dos sacerdotes, nos véus do sacrário, na parte frontal do altar e na coroa do Advento. O roxo é usado como símbolo de penitência e preparação, mas, no 3º domingo do Advento, conhecido como domingo "Gaudete", usa-se o rosa, que representa a alegria pela vinda de Jesus.
  2. O dia em que Jesus se fez Homem para redimir o mundo foi querido por Deus durante toda a eternidade. A Igreja participa e atualiza esta espera durante o Advento, tempo específico de preparação para o Natal.
    O Natal - dia em que Cristo nasceu para a redenção do mundo - é o dia em que o curso da história da salvação se transformou. São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, explica o significado da Encarnação assim: "É evidente que o Filho de Deus assumiu a nossa condição e veio a nós não por um motivo insignificante, e sim para o nosso bem. Ele se vinculou a nós, por assim dizer, tomando um corpo e uma alma humanos e nascendo de uma Virgem, para poder dar-nos a sua divindade. Dessa maneira, Ele se fez Homem para que o homem se faça Deus" (São Tomás de Aquino, "As três grandes orações - comentários sobre a Oração do Senhor, a Ave-Maria e o Credo dos Apóstolos").
    No Catecismo da Igreja, podemos ler: “A vinda do Filho de Deus à terra é um acontecimento tão grandioso, que Deus quis prepará-lo durante séculos. Ritos e sacrifícios, figuras e símbolos da 'primeira Aliança', tudo Deus faz convergir para Cristo. Anuncia-o pela boca dos profetas que se sucedem em Israel” (CIC 522). No Antigo Testamento, aparecem várias proclamações deste tipo: “Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção. E ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades” (Sl 130, 7-8).
    Esta época de espera e de preparação não se dá apenas antes da Encarnação, mas em cada ano litúrgico e também na atualidade. O Catecismo afirma: “Ao celebrar em cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta expectativa do Messias. Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua segunda vinda” (CIC 524).