O 2º Bispo


O 2º Bispo

DOM LUIZ GONZAGA BERGONZINI

2º BISPO DE GUARULHOS

Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: “Que vai ser este menino?”
De fato, a mão do Senhor estava com ele (Lucas 1,66)

S. João da Boa Vista, cidade localizada a 223 km de S. Paulo, é a terra natal de D. Luiz Gonzaga Bergonzini, aí nascido aos 20 de maio de 1936, terceiro de quatro filhos. Seus pais, Luiz Bergonzini, sapateiro, e Aristea Bruscato Bergonzini, dona-de-casa, também eles sãojoanenses, souberam dar ao pequeno Luiz e às suas irmãs uma sólida formação humana e cristã, na simplicidade e no trabalho intenso.
Quem esteve na celebração do batismo do pequeno Luiz, aos 02 de agosto de 1936, na Igreja Matriz de S. João Batista, talvez não imaginasse que aquele garoto seria o futuro Padre Luizinho, o qual haveria de exercer naquele mesma Igreja o seu ministério sacerdotal por mais de três décadas. Tendo constantemente diante de si o exemplo de São João Batista, padroeiro de sua cidade e da paróquia, o P. Luizinho soube fazer de seu ministério um serviço para que Cristo cresça, realidades expressas nos lemas de seu sacerdócio (“Ministro de Deus na Igreja de Jesus Cristo para a salvação dos homens.”) e episcopado (“Oportet lllum Crescere” – É necessário que Ele cresça – Jo.3,30).
Aos 29 de junho de 1959, a partir da casa da Família Bergonzini, formou-se uma procissão com as associações religiosas (Apostolado da Oração, Congregação Mariana, Filhas de Maria entre outras), e muitíssimos fiéis. Tinham ido “escoltar” o jovem Diácono Luiz Gonzaga Bergonzini, ilustre filho da cidade, que rumava de sua casa paterna para a Igreja Paroquial de S. João Batista, padroeiro da cidade, onde seria ordenado sacerdote a mesma Igreja em que renascera pelas sagradas águas batismais, aos 02 de agosto de 1936. Ali também recebera o Sacramento da Confirmação, em 07 de setembro de 1940; onde, pela primeira vez fizera a Santa Confissão, em 21 de outubro de 1944, para, no dia seguinte, com o coração puro e a alma iluminada, receber a Santa Eucaristia pela primeira vez. Nunca passaria um dia sem o Santíssimo Sacramento… Datas tão significativas que foramcuidadosamente anotadas nos registros pessoais e em sua memória.
Enquanto a procissão, entre cantos e orações, dirigia-se à Igreja, o coração do Diácono Luiz Gonzaga certamente exultava de santa alegria, recordando-se da vida simples com sua família, dos primeiros contatos com a vida da Igreja, ao mesmo tempo em que acalentava esperanças e sonhos, que haveria de realizar mediante tão sublime ministério que estava para lhe ser concedido pelo Senhor. Quantas orações e santos desejos o haviam acompanhado durante aqueles doze anos de Seminário! Quantos desafios enfrentados e vencidos! Quantos sacrifícios assumidos!
O menino simples, que tão cedo ingressara no Seminário, após longo período de intensa preparação humana, espiritual e intelectual, agora entrava na Igreja para dali sair sacerdote do Senhor. Através do ministério sacerdotal, é o próprio Cristo que está presente em sua Igreja, como Cabeça do seu corpo, Pastor do seu rebanho, Sumo-Sacerdote do sacrifício redentor, mestre da verdade.
Ao ser nomeado bispo, D. Luiz reflete sobre seu chamado vocacional e os inícios de seu ministério:
“Sentindo grande entusiasmo pelo sacerdócio, ainda criança, entrei para o Seminário onde pouco a pouco o germe da vocação foi desenvolvendo, chegando à maturidade e à minha consagração total a Deus, por Cristo, na Igreja, para a Salvaçãodos Homens.”(BERGONZINI, Luiz Gonzaga,)

Em 2009, quando comemoramos o sesquicentenário da morte de S. João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, tivemos a alegria de celebrar o cinqüentenário da ordenação sacerdotal de D. Luiz, que contou, indubitavelmente, com o exemplo e a intercessão de tão grande sacerdote.
Às vésperas de completar 20 anos de episcopado, transcorridos à frente de nossa Diocese, é prazeroso agradecer ao Senhor pelo fecundo ministério de nosso Bispo. Em sua primeira carta pastoral, D. Luiz assim se expressava:
Temos consciência que a tarefa é árdua, espinhosa, difícil. Temos consciência de que somos limitados e fracos, mas anima-nos o saber que a tarefa não é nossa, mas também e principalmente d´Ele. O grande Apóstolo das Gentes, São Paulo, tinha consciência disso, quando afirmava, confiança na graça de Deus “Tudo posso naquele que me dá forças” (Flp. 4,13). O próprio Cristo nos alerta para essas dificuldades quando diz aos Apóstolos “No mundo tereis aflições…” mas acrescentava:”…tende confiança, Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
Se estivermos realmente preocupados em “estar” com Ele, em “conviver” com o Cristo, em fazer a “sua” vontade, em “viver a sua vida”, Ele estará conosco, viverá em nós e então, participaremos também da “sua vitória”. Seria desastroso se, em nossa atividade pastoral procurássemos a “nossa” glória, a “nossa promoção” a “nossa vitória”.
Se dispensarmos o Cristo e sua graça, confiando unicamente em nossas forças, recursos e capacidades pessoais, ficaremos sozinhos e a derrota será total: pois além de não vencermos, estaríamos impedindo a Cristo de lutar ao nosso lado e vencer juntamente conosco.(BERGONZINI, Luiz Gonzaga, 2009).
Agradecemos ao Senhor por nos ter concedido pastor completamente doado a Cristo e à sua grei. Sempre disponível, sem medir sacrifícios, nem buscar ganhos pessoais, empenhou-se em viver os propósitos que fizera e aquilo que a Igreja espera de seus pastores. Jamais queixou-se de seus sofrimentos, transformando-os em fonte de bênçãos para sua amada Diocese.
Pastor zeloso, entregou sua vida pelo rebanho de Cristo. À simplicidade que lhe é característica soube aliar a sabedoria, o discernimento, a profecia.
As limitações próprias de nossa fragilidade humana, soube convertêlas em testemunho de que a obra é do Senhor.
Todo esse empenho somente lhe é possível pois alicerçado numa vida espiritual intensa e constante, próprios de um coração que confia no Senhor.
Obrigado, D. Luiz, nosso querido bispo!

Brasão de Armas de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

DESCRIÇÃO HERÁLDICA
ESCUDO  Azul – estilo clássico – com frente partida em chefe, tendo na ponta um cordeiro em prata e em chefe à direita um livro aberto (bíblia) com as letras “Alfa” e “Ômega” e à esquerda um cesto de pães, símbolo eucarístico, em ouro sobre o fundo azul.
ORNATO - O todo, encimado pelo chapéu prelatício em verde, com duas séries de borlas, colocadas uma, duas e três pendentes nos flancos.
TIMBRE - Cruz pastoral de ouro, sobressaindo de um nó bem no centro da faixa onde está o lema episcopal.
LEMA – “Oportet Illum Crescere” (“… é necessário que Ele cresça…” Jo. 3,30) em negro, sobre o fitão de prata.
DESCRIÇÃO SIMBÓLICA
O Escudo de S. Excia., na sua forma heráldica, lembra o escudo de Dom TomásVaquero, Bispo Emérito de São João da Boa Vista, que durante 28 anos foi o seu bispo.
O fundo azul é símbolo de Maria que sempre esteve presente na vida do novo bispo: Lembra os seus seminários: “Maria Imaculada” de Ribeirão Preto (seminário menor) e “Imaculada Conceição do Ipiranga” (seminário maior). Orago da Diocese onde inicia o seu ministério episcopal (Imaculada Conceição).Sob proteção de Maria Imaculada Conceição coloca o novo bispo o seu ministério episcopal.
O Cordeiro, retirado do escudo de sua terra natal, São João da Boa Vista, simboliza o local onde nasceu e passou toda sua vida de cidadão, cristão e sacerdote.
O livro aberto (Bíblia), Cesto de Pães e Báculo, simbolizam as missões essenciais do Bispo: ensinar,santificar, governar. O livro significa o Cristo palavra que deve ser anunciado a todos sem distinção; O cesto de Pães lembra o Cristo Vida que é comunicado aos homens, de modo especial pelos sacramentos, tendo como ápice a Eucarístia; O Báculo significa o Cristo Pastor que orienta, protege e dirige as ovelhas, usando do cajado para protegê-las.
O lema “Oportet Illum Crescere” (“… é necessário que Ele cresça…”) (Jo. 3,30) define, usando palavras de São João Batista, a entrega total de sua vida à missão evangelizadora de fazer o Cristo conhecido, amado e servido, como fez oBatista, até mesmo com o sacrifício da própria vida, se preciso for (“…e que eu diminua”), procurando sempre promover o Cristo e nunca a si mesmo.

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