quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Criação do Mundo

Por um simples ato de sua vontade, Deus fez o mundo – a partir do nada, pois, no princípio, só Ele – Eterno – existia.

Conta a Bíblia, no Gênesis, que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. Estes "seis dias" correspondem a épocas que podem ter durado milhões de anos. Como já foi dito, a intenção do autor sagrado não era fazer obra científica. Sua finalidade era levar aos homens o conhecimento de Deus. Por isso Moisés usou a linguagem de seus contemporâneos, aludindo a fenômenos da natureza, empregando imagens alegóricas.

PRIMEIRO DIA

"No Princípio, Deus criou o céu e a terra", isto é, o mundo espiritual e o mundo corporal. Ai o céu é o mundo espiritual, o mundo de nosso destino definitivo, após vivermos no mundo passageiro. O mundo material começou em estado de caos (sem forma, nem luz).

A matéria primitiva, que foi chamada por Moisés de terra, por efeitos das leis naturais (estabelecidas por Deus), modificou-se. Esta evolução é devida não à essência da matéria, mas à vontade de Deus, expressa por Sua palavra criadora "Faça-se"

Segundo cientistas, esta matéria primitiva seria gasosa e ocupava o universo. Ora, isso não contraria a narrativa bíblica, pois todos os metais e todos os minerais elevados a uma temperatura suficiente se tornam gasosos, ocupando um espaço bem maior (todo o universo). Além disso, a análise espectral demonstra que o sol, os planetas e as estrelas fixas são compostos dos mesmos elementos que a terra, o que permite a conclusão de uma origem comum.

De acordo com a Bíblia, ainda, no "primeiro dia", Deus disse: "Faça-se a luz". A força de atração (Gravidade) e o choque dos átomos produziram a luz e o fogo.

"E a luz existiu". Imaginemos o clarão de uma imensa bola de fogo explodindo no espaço. (Calcula-se que essa explosão radioativa se deu há cerca de 18 bilhões de anos)

SEGUNDO DIA

No "segundo dia", Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras. Houve a separação, ordenação e solidificação das massas criadas.

"E Deus chamou o firmamento de céu" (não se trata, ai porém, do céu dos espíritos, mas sim da atmosfera terrestre). Uma parte daquela massa cósmica, solidificada, passou a constituir a terra propriamente dita.

TERCEIRO DIA

A partir do "terceiro dia", deixando os outros astros, que continuaram a se formar, Moisés ocupa-se exclusivamente com a terra. Neste período (calculado por estudiosos em alguns milhares de anos depois de formada), a terra, em fusão, pelo contínuo resfriamento, passou do estado gasoso para o líquido. Continuando a perda de calor, formou-se a crosta sólida.

"As águas que estão debaixo do céu juntem-se num só lugar e apareça o elemento árido. E Deus chamou ao elemento árido, terra e ao conjunto das águas, mares". Com o solo úmido e sob a influência do calor e da luz, formou-se o ambiente para o surgimento da vida. E nasceram as plantas.

QUARTO DIA

No "quarto dia". Deus disse: "Sejam feitos, luzeiros no firmamento do céu e separem o dia da noite, sirvam para sinais e para distinguir os tempos, os dias e os anos".

Pelo contínuo resfriamento da terra, com as águas exalando menos vapor, os outros astros tornaram-se visíveis e, ao mesmo tempo, a influência do sol se manifesta na distinção dos dias e das noites e nas estações do ano.

QUINTO DIA

No "quinto dia" surgem os peixes e as aves. Pela primeira vez aparece a palavra VIDA. Aqui o autor volta ao verbo criar (omitido nos outros "dias"), querendo, talvez, significar que a vida, como a matéria bruta, só se poderia originar por especial intervenção divina.

SEXTO DIA

No "sexto dia", Deus fez os outros animais e, por fim, o HOMEM – o homem, como síntese, como acabamento, tendo em si todas as formas de vida (vegetativa, animal e racional).

SÉTIMO DIA

No "sétimo dia", "Deus descansou". "E abençoou o sétimo dia e o santificou". Santificar, significa "reservar para Deus". "Descansando", "abençoando" e "santificando" o "sétimo dia", Deus nos adverte que "o homem, elevando consigo as demais criaturas, deve voltar-se para Deus, onde tudo encontra repouso e consumação"

COMPLEMENTAÇÃO

Nenhuma das sentenças propostas para explicar a origem do universo procede além de uma massa de matéria primitiva, donde todos os corpos derivam. Esta massa é simplesmente pressuposta e os cientistas só traçam a gênese do mundo a partir dela. Isto é legítimo, pois a observação não lhes permite ir além. A sã razão, e muito mais a fé, compete completar o explicação da ciência.

A matéria não pode ser eterna, pois ela tem uma história ou evolução – e o que muda não tem, por si mesmo, plenitude de ser, perenidade ou eternidade. Ora, quem daria início à matéria primitiva, senão alguém eterno e imutável, tendo em si mesmo a perfeição do ser, conhecendo a razão de ser das coisas que mudam, que ora são, ora não são (pois passam por estágios diferentes), que hoje se apresentam de um modo, amanhã de outro?

Por um ato de soberana potência, somente Deus poderia fazê-lo. Esta é mais uma conclusão da reta inteligência, e uma das afirmações básicas da fé.

Sócrates, Platão, Aristóteles, gênios da humanidade, proclamaram em sua Filosofia a existência de um Deus, criador do universo. E os gregos em geral, além e acima de deuses de sua fantástica mitologia, admitiam um "Deus desconhecido". A idéia de uma divindade criadora está presente em todos os povos de todos os tempos.

Relativamente ao descanso de Deus, o homem deve trabalhar com ordem e harmonia – e fazer uma pausa para contemplar sua obra, analisá-la, meditar e, como criatura, louvar o Criador.

Depois da criação, "Deus viu todas as coisas que tinha feito e viu que eram boas".

Felizes seremos imitando o Divino Artífice.

Figuras do Messias

Figuras do Messias
 
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Messias : vem do hebraico masiah (ungir). O messias Bíblico é, pois, o ungido, que significa sagrado.

Cristo : vem do grego Christos, que, também, significa ungido.

Jesus : orginina-se do hebraico jeschuang (salvador). Portanto, Messias, Cristo e Jesus designam o Enviado de Deus, o Salvador dos homens, o Mediador prometido.

O Antigo Testamento é figura do Novo, como podemos observar novamente:

Adão

O primeiro homem, como pai da humanidade, representa Jesus, o primeiro de uma nova linhagem.

Abel

O segundo filho de Adão e Eva é simbólico de Jesus, por ter sido morto inocente.

Noé

Figura de Jesus, por Ter salvo, na Arca, os que creram na Palavra de Deus. Noé representa o Cristo - que salva, pela Igreja (comparada, muitas vezes, a um barco). Noé salva mediante o lenho da Arca - e Cristo, pelo madeiro da cruz.

A própria Arca, é também, um símbolo do salvador. As dimensões da Arca, representam um homem deitado, respeitando-se as proporções. Tanto em altura, comprimento e largura. Santo Agostinho comparou a porta da Arca ao lado de Cristo (aberto na cruz), fonte de água e sangue, que purifica e redime. E o Sagrado Coração, "fornalha ardente de caridade", "lâmpada dos aflitos", "farol dos caluniados e perseguidos", "espinho rubro de nossa alegria".

Isaac

O filho de Abrão é facilmente identificado com Jesus. Leia-se o trecho do Gênesis em que Deus diz àquele Patriarca: "Toma Isaac, teu filho único, a quem amas, e vai à terra da visão, e ai o oferecerás em holocausto, sobre um dos montes que eu te mostrar" (Gn 22). E Abraão (no caso, representando Deus Pai) dispôs-se a sacrificar seu filho amado. E Isaac (o símbolo de Cristo) aceitou o sacrifício (que, meramente figurativo, não foi consumado). Isaac foi substituido por um cabrito "preso, pelo chifre, entre os espinhos" (Jesus, a vítima real, no verdadeiro sacrifício, substituindo Isaac, teve sua cabeça coroada de espinhos).

Jacó 

Símbolo misterioso, irmão de Esaú - ambos filhos de Isaac. Não é muito edificante a história destes dois irmãos, Santo Agostinho, diz simplesmente: "Não é mentira, mas mistério". Por um prato de ervilhaca, Jacó (suplantador) comprou de Esaú (o peludo), o direito de primogenitura. Mais tarde, diante de Isaac, já velho e cego, apresentou-se coberto de peles de um cabrito (fingindo ser Isaú), conseguindo, assim, receber a bênção, como primogênito.

Na verdade em toda a narrativa, há muito mais mistério que mentira, Quem não vê aí, substituindo Adão, o primogênito entre os homens, a figura de Cristo, revestido por nossos pecados? Ainda mais: como, entre os irmãos, Esaú era o primogênito, na humanidade, o povo judeu o era. Mas os judeus renunciaram a Cristo (como Esaú renunciou ao direito de primogenitura) e Jacó o suplantou - como os gentios (os outros povos) converteram-se. E, assim, como os dois irmãos terminaram por se reconciliar, está predita a união entre judeus e gentios.

José

Era filho predileto de Jacó. Vendido por seus irmãos, mais tarde, no Egito, salva-os da morte pela fome. Dá exemplo de pureza e bondade e é chamado, pelo faraó, de "salvador do povo".

Moisés

O próprio autor do Gênesis é figura de Deus, nosso guia, a quem devemos obediência e respeito. A quem devemos seguir para entrar na terra prometida. Particularmente, simboliza Cristo, como o libertador e legislador da Nova Lei.

Melquisedeque

É rei e sacerdote do Antigo Testamento, é figura de Deus Eterno. São Paulo, na epístola aos Hebreus (cap. 7), fala a esse respeito. Mas seu principal valor simbólico está em Ter sacrificado pão e vinho - sacrifício nitidamente semelhante ao de Jesus, na Última Ceia. E Davi, o rei-poeta, no salmo 109, diz referindo-se ao Messias prometido, sacerdote e rei: "Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque".

Existe no Antigo Testamento, várias outras imagens figurativas de Jesus Cristo, mas o importante é que a nossa vida, de algum modo, lembre a vida de Cristo, seu exemplo, sua lição. E então nossa vida terá um sentido novo.